O NATAL E PAPAI NOEL

Nesses dias de pandemia e de trabalho a distância, sem perceber, me descuidei da aparência, cuidei da higiene, da saúde e do corpo, mantive atividade física regular, mantive uma boa alimentação, até perdi alguns poucos quilos, mas deixei algumas vezes o cabelo e a barba crescerem. Minha barba e meu cabelo estão bastante embranquecidos, talvez uma tendencia natural e o peso da idade, que, sem dúvida, contribuíram com isso. Como dizia minha mãe, eu já tenho os anos.
Papai Noel, o bom velhinho, ou o personagem das histórias infantis, vovô Smurf, qual deles mais se assemelhava a minha figura? Essa era a grande e cruel dúvida.
Essas brincadeiras são próprias da época, e, claro, apelidar de “Papai Noel” quem tem Barba e cabelos brancos é natural. É evidente que essas brincadeiras não me aborrecem. A proximidade desse importante acontecimento para todos os cristãos, me fazem visitar o passado e reviver os bons momentos, rever as boas lembranças da infância e de como ficávamos felizes com as histórias do natal, com as comidas e pincipalmente com os presentes que ganhávamos. Lembro de minha mãe junto com minhas irmãs mais velhas preparando o que depois de pronta, seria nossa arvore natalina. Um bom e grande galho que elas cuidadosamente envolviam em algodão, fazendo parecer que estava coberto de neve, e depois nele penduravam os enfeites. Eram bolas de vidro muito fino, normalmente vermelhas e azuis, anjos, velinhas e coisas próprias da época. Toda essa preparação gerava uma grande expectativa, aumentava nossa ansiedade e rezávamos para que chegasse logo o grande dia, o dia do natal.
Na noite do dia 24, que antecedia o dia do nascimento de Cristo, nós íamos para a cama cedo e dormíamos o sono da inocência a espera de que Papai Noel viesse deixar os presentes que havíamos pedido. Ao acordar corríamos felizes para a arvore e aos seus pés encontrávamos nossos presentes. Nem sempre o que pedíamos, as vezes nossos pais não conseguiam atender nossos pedidos, mas isso era compensado com outro presente e com a boa desculpa de que o bom velhinho já não tinha mais o que havíamos pedido, ou que havia se confundido, isso nos confortava e logo íamos brincar.
Não lembro bem quando, mas em uma dessas noites que antecedem o dia do natal, eu estava agitado e ansioso para receber logo o presente que havia pedido, acordei muito cedo, ainda madrugada, e vi meus pais arrumando os presentes em baixo da arvore e entendi que meu pai era também o Noel.
Isso não quebrou o encanto, acho que no íntimo eu sabia, apenas mudei minha compreensão do natal e continuei a gostar cada dia mais dessa data, que festejava a alegria, a fé e a família. Já adultos passávamos os natais na casa dos nossos pais e a alegria de reunir toda a família era sempre a mesma, festejávamos o aniversariante, Jesus Cristo, e os novos membros da família que debutavam nas comemorações. Que saudade dos natais passados com nossos pais.
Enquanto criança achávamos que todos tinham o privilégio de receber presentes e perguntávamos aos colegas o que haviam ganho e brincávamos felizes.
Nunca havíamos percebido como era grande a quantidade de excluídos, quantas crianças não podiam receber presentes ou ter uma simples refeição natalina. Evidente que não me culpo por isso, mas é uma doída constatação e nos faz refletir. Cabe a sociedade, que somos nós, eleger governantes comprometidos e cobrar dos eleitos que cuidem dos desvalidos, mas não é hora e nem local para essa discussão.
Será que podemos fazer a diferença, mesmo que seja só por uma noite, só por um momento, na vida de alguém? Eu diria que sim, podemos fazer isso e tornar melhor esse nosso mundo, nem que seja por pouco tempo. Quem sabe se isso não será, na vida daqueles a quem proporcionamos esse sentimento de felicidade e de amor cristão, uma boa lembrança e um bom encaminhamento de vida?
Natal, natal das crianças, natal da noite de luz, natal da estrela-guia, natal do menino jesus, que bom que pudesse ser sempre assim. Devemos fazer esse natal com nossa família e quando bater o sino da matriz vamos todos rezar para o mundo ser feliz, para que os papais-noéis cheguem trazendo os presentes, e para que isso não fique apenas nas estrofes de uma música.

Texto – Jorge Barbosa – Empresário Patriota

 

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

POSTS RELACIONADOS