O DIA DE MARIA

Em fevereiro de 1917 um grupo de operárias russa sai as ruas de São Petersburgo em protesto contra a fome. Esse movimento foi o precursor do que veio a ser o “dia internacional da mulher”, que só foi instituído pela ONU em 1975. A data de 8 de marco deve-se a diferença entre os calendários “juliano”, então vigente na Rússia, e o calendário “gregoriano” adotado em outros países.
08 de marco o dia internacional da mulher, o dia de reverenciar todas as mães, esposas, cunhadas, filhas, sobrinhas e netas. O dia de Maria, a Mãe das Mães. Paro aqui porque não tive o privilégio de ter mais que isso.
Não pensei que falar da mulher fosse tão difícil, e falar das nossas mulheres é ainda mais difícil. Elas nos deram a vida, amor, prazer, amizade e compreensão e nos tornaram homens. Sem elas não haveria nós. Isso já foi dito incontáveis vezes, mas continua sendo atual e verdadeiro.
Todos temos nossas referencias, nossas metades e eu não sou diferente, também tive e tenho minhas mulheres. Tive sorte, nasci de uma mulher forte, mãe por excelência, esposa dedicada e quando necessário, chefe de família. O sentimento que todos temos de ser filho da melhor mãe, de ter a melhor companheira, de ter as melhores irmãs, de ter as melhores cunhadas, de ter a melhor filha, de ter as melhores sobrinhas e de ter a mais linda neta, nos enche de orgulho. Nisso somos todos iguais, mas a minha neta é, sem dúvida, a mais linda de todas.
Interagir sem fazer julgamento, tratar amenidades, criticar ou até mesmo elogiar superficialmente pode ser fácil, mas transformar em palavras o que elas realmente representam, não é para qualquer um. Eu sou só mais um qualquer que não consegue encontrar as palavras adequadas para exprimir a importância que elas têm em nossas vidas.
Assim como todos, tive mãe, tenho irmãs, esposa, cunhadas, filha, sobrinhas e neta e em todas encontrei amor, companheirismo, amizade, compreensão e apoio, encontrei vida. Se eu fosse enumerar as muitas dificuldades em que fui socorrido por elas, ficaria horas a falar. É verdade que também tivemos alguns perrengues, mas quem não os teve?
Nossas primeiras mulheres são as mães, tudo que se possa dizer sobre elas é pouco, são celestiais, mas isso também já foi dito. Mesmo sem encontrar uma palavra que possa resumir sua importância penso que a mais próxima é vida.
Falar das irmãs é sempre lembrar da infância e juventude, algumas irmãs mais velhas funcionam com uma segunda mãe e as vezes que saímos com elas, normalmente era para tomar conta dos seus namoros, já com as mais novas os papéis eram outros, agora elas estavam sob nossos cuidados, que normalmente consistia em evitar namoros. Na verdade, não fazíamos nem uma coisa nem outra. Não éramos bons nisso.
As próximas mulheres são as esposas, essas são assunto para uma vida inteira. Falar nelas é especialmente difícil. Casar, constituir família e criar filhos é uma experiencia única, divina, mas com muitas esquinas e em cada uma delas dois caminhos, duas escolhas. Nem sempre tomamos o melhor caminho e quando fazemos a escolha errada, invariavelmente perdemos, corremos para a próxima esquina com esperança de reencontrar o caminho do acerto, isso é tudo que precisamos.
Conviver bem com a sogra e com as cunhadas é bom sinal, faz parte do bom caminho, afinal casamos com a família e não apenas com nossas esposas.
As filhas, mais outro capítulo de uma vida inteira, elas têm personalidade própria e muitas vezes discordam de nossa posição, elas têm muito de nós, talvez daí venha a teimosia e a discordância em alguns assuntos. Algumas vezes temos razão e em outras tantas a razão fica com elas. Combater o bom combate é fundamental, exemplos valem muito. Esse é mais uma boa razão para trilhar sempre o bom caminho.
As sobrinhas não fazem por menos, assim como as filhas elas também teimam muito, formam sua personalidade baseadas em seus próprios conceitos, nos conceitos dos pais e da família. Essa mistura, normalmente exitosa, para nossa sorte, produz ótimos resultados.
Usei, nesse relato, a ordem cronológica, que nada tem com a ordem de importância de cada uma dessas mulheres em nossas vidas. Cada uma delas com suas virtudes e defeitos, normalmente muito mais virtudes que defeitos, são fundamentais, quando acertamos são nossa sorte e quando erramos a nossa perdição, são personagens de uma peça que chamamos existência, apresentada em palco maior que chamamos de vida.

Texto – Jorge Barbosa – Empresário/Patriota

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