TRATAMENTO PRECOCE

Que amadurece antes da estação própria, que frutifica antes do tempo dos demais, temporão, que acontece mais cedo. Essa é a definição dos dicionários. Semelhante a palavra precoce, o adjetivo introdutório nos ajuda a entender a importância do tratamento logo no início dos males.
Serve para saúde do corpo, mas serve também para saúde da política e consequentemente da saúde do país.
Tratar precocemente os problemas políticos, que afligem o Brasil, não significa antecipar eleição.
É preciso entender o atual momento brasileiro e separar os conceitos de tratamento precoce e de antecipação da eleição.
Confesso que não entendo muito a nossa política, talvez seja assim em toda parte, claro que importa muito a política no mundo, mas me preocupo mais com a nossa, quando é possível dissociar.
A palavra política tem origem no grego antigo, deriva de Politeía, que era relativa às classes sociais que integravam a Pólis, e tem a ver com a organização das cidades estados.
Por aqui a política parece não ter a mesma origem, aposta e é capaz de forçar os erros dos adversários, sem medir consequências e não tem poupado os mais fracos.
A partidarização de assuntos sérios fica evidente e muitos desses assuntos são tratados com visão partidária. Vou me restringir ao assunto pandemia, que é um bom exemplo disso e a resistência em aceitar o voto impresso, outro bom exemplo.
Acho que a defesa do presidente Bolsonaro em imprimir o voto gerou uma grande discussão, que se tivesse sido em torno dos benefícios ou dos malefícios da impressão, poderia ser proveitosa, mas foi partidarizada.
A necessidade de auditar o resultado de qualquer disputa é natural e está ligado a própria disputa. Com
as urnas eletrônicas não pode ser diferente. Eleição é sempre uma acirrada disputa.
Afirmar que não existe a possibilidade de invasão do sistema eletrônico das urnas, inclusive com a mudança do resultado, como defendido por alguns, é, no mínimo, inocência, ou interesses outros. Alegar que isso iria estender o tempo de apuração por conta dos pedidos de recontagem é outra falácia, afinal o que se busca é a fidelidade do resultado apresentado e não apenas sua rapidez.
Em relação a pandemia, ficou escancarada a extrapolação de competências e tudo que era possível fazer para desestabilizar um governo, democraticamente eleito, foi feito.
O governo federal foi desautorizado e impedido de adotar medidas de enfrentamento à pandemia, isso ficou a cargo dos governos estaduais e municipais.
Ao governo federal coube o pagamento da conta, e foi, a meu juízo, o único que cumpriu sua parte. Enviou bilhões de reais aos estados e municípios, e o que se viu foi o festival de erros e desvios.
Hospitais construídos a peso de ouro, com pouco ou com nenhum uso, e depois desativados, respiradores e outros equipamentos comprados por preços exorbitantes, em alguns casos pagos antecipadamente mas que nunca chegaram, estados que saldaram outros débitos com os recursos recebidos para o combate ao vírus, e mais um monte de denúncias que precisam ser apuradas.
Até mesmo o tratamento inicial a ser prescrito aos infectados, com medicamentos testados e conhecidos a décadas virou disputa partidária e as narrativas eram as mais engenhosas possíveis, e os médicos de protagonistas passaram a coadjuvantes.
No meu entender, o que ocorre no Brasil não é o tratamento precoce dos problemas atuais de modo a buscar soluções adequadas, o que vemos a a tentativa desesperada do lado que perdeu a eleição de voltar ao poder. Tentam antecipar essa eleição desestruturando o atual governo para que seus números sejam ruins, só não lembram que para isso estão destruindo o país. Nos, os eleitores, Vamos lembrar disso.

Texto de Jorge Barbosa – Empresário

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