OLINDA E RECIFE, O ANIVERSÁRIO SEM COMEMORAÇÃO

Nesta sexta-feira 12 de março essas cidades comemoram 486 e 484 anos de vida respectivamente. Um ano de pandemia, de muita tristeza, um ano de muitas perdas. Perderam-se vidas humanas e muitas empresas não resistiram às duras medidas tomadas pelos governos estaduais e municipais.
Decididamente não foi um ano para se comemorar.
Divididas em parte pelo rio Beberibe essas cidades, além de seu fundador, o português Duarte Coelho Pereira, guardam muitas outras coisas em comum, belos sítios históricos, casario colonial e uma rica história de lutas libertárias.
A Marin dos Caetés, que em tupi significa coxo “dos Caetés” referindo-se a tribo que ocupava a região, também assim chamada, Olinda foi capital do Brasil por ocasião da ocupação de salvador pelos holandeses, que depois a invadiram e a derruíram.
O Recife, cujo nome deriva dos arrecifes naturais, foi palco da revolução esquecida, que por aproximados 70 dias, em 1817, tornou a capitania de Pernambuco independente. Foi esquecida propositadamente para não incentivar outras rebeliões. Ao que parece até os pernambucanos esqueceram.
Há muito a fazer e, no momento, pouco a comemorar. É verdade que esse ano foi diferente, foi mais difícil e, sem dúvida, um ano de aprendizado. As dificuldades parecem não ter ensinado o necessário sobre como lidar com esse vírus. Hospitais foram construídos às pressas, por quantias exorbitadas, e alguns nem chegaram a ser usados e pouco depois foram desativados. Agora, novamente pessoas morrem por falta de leitos. Será que nada foi aprendido com esse ano de dificuldades? Parece que não. Mas é preciso dizer que os problemas olindense e recifenses não são recentes e nem apareceram de uma ano para cá, existem há muito. São problemas recorrentes, mas que não são enfrentados, ou são em parte. Todos os anos nos períodos de chuva é comum ruas e seus arredores tornarem-se rios, invadindo casas e comércios. Também é comum ver lixo acumulado e espalhado, em muitos casos jogados nos rios e canais, pela própria população. O empobrecimento do povo faz crescer o número de crimes e de mortes violentas, uma mancha em nossas cidades. Políticas de apoio à produção de riquezas com geração de empregos devem ser estimuladas como forma de melhorar as condições de vidas dos olindense e recifenses. É por acreditar que podemos vencer essa guerra que continuamos na trincheira do trabalho e da esperança.

Texto de Jorge Barbosa – Empresário

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