As torcidas organizadas, formadas em sua maioria por baderneiros, são um pesadelo para torcedores e expectadores que vão aos estádios assistir ao espetáculo, para pais que levam suas acrianças ao campo, fazendo florescer neles o amor pelo futebol, em especial pelo seu time de coração, e criando novos torcedores. Também para os clubes e policias esses delinquentes travestidos de torcedores são altamente perniciosos, ferem de morte o esporte mais popular do planeta.
Ouvi de muitos cronistas esportivos e radialistas o chamamento para que os clubes paguem pelos prejuízos causados por esses delinquentes. Não são muitas as razoes apresentadas, mas a principal alegação é de que são eles, os clubes, que promovem a disputa esportiva, evento de características privada, e que embolsam o valor cobrado pelo espetáculo.
Penso que os clubes são a razão da existência desse apaixonante e bilionário negócio, que arrasta multidões, move mundos e fundos, que distribui fartos recursos com as federações e confederações, entidades que organizam as competições, que determinam datas e obrigações dos participantes, mas que não se envolvem na segurança. São os clubes que ficam na frente de batalha, na ponta da linha e são obrigados a lidar com esse tipo de problema.
Os clubes nada podem fazer contra esses marginais, não podem impedir que muitos desses elementos, fugitivos da justiça, em liberdade condicional ou com qualquer outro tipo de atenuante que a leniência legal permita, venham aos estádios assistir seu time jogar e depois promover todo tipo de desordem.
A meu juízo, esse é um caso de polícia, as guerras entre essas gangs normalmente ocorrem ao fim do jogo e nas vias públicas, no entorno dos estádios, e os clubes não tem poder de prender ou de punir quem se põe a margem da lei, por isso não podem responder pelos crimes cometidos por esses marginais travestidos de torcedores, ou por eventuais prejuízos financeiros oriundos de suas desordens.
Vale a pena refletir sobre o assunto, mas, penso que enquanto bandidos forem tratados como vítimas da sociedade iremos conviver com esse vandalismo e outros tantos crimes. Punir os clubes, torcedores ou praticantes desse esporte, sejam eles amadores ou profissionais, que são atores das disputas esportivas e razão de ser do futebol, pela selvageria apresentada por essas “torcidas”, não é justo.
A punição deve ser aplicada apenas aos infratores e não impedir o expectador ordeiro de ir a campo ver seu clube de coração atuar.
Não se pode evitar a desordem cometida por esses marginais fazendo o espetáculo acontecer sem plateia, não se evita acidentes, com ou sem vítimas, causados por veículos automotores, sejam eles terrestres, aéreos, ou marítimos, proibindo a circulação desses meios de transporte. Punir a todos pelos erros de alguns não parece ser a melhor solução e nem é justo com e imensa maioria de torcedores e usuários dos citados veículos. Essa e a minha opinião.

Texto – Jorge Barbosa – Empresário/Patriota