MOEDA ÚNICA NAS AMERICAS

Esse é um sonho da esquerda sul-americana, assim como a URSAL. Talvez tenha sido baseado na união europeia e em sua moeda, o Euro. Essa nova moeda povoa os sonhos dos integrantes do foro de São Paulo e pode seguir os passos e padrões do Euro. Seguindo o mesmo raciocínio que denominou a nova moeda europeia de Euro, por aqui a moeda corrente poderia ser o “Ame” ou o “Americ”, ou o “Sula”, ou até mesmo, o “realito”.
A ideia de união entre europeus tem início com o fim da segunda grande guerra, em uma Europa destruída surge a necessidade de cooperação para a reconstrução desses países. Muitas barreiras tiveram que ser vencidas, fronteiras foram abertas, relações diplomáticas foram estreitadas, impostos foram removidos e planos comuns foram executados.
O primeiro capítulo da história do euro foi o Tratado de Roma. Esse tratado tinha como pano de fundo promover a força de trabalho e de capital, e para isso era necessário que as políticas econômicas caminhassem na mesma direção. As transações eram vinculadas ao dólar com objetivo de valorar esses negócios. Posteriormente surge a ideia de ter uma moeda própria que fizesse esse papel e que promovesse a unificação monetária do continente, que entre outras coisas determina taxas de câmbio entre os aderentes do tratado.
Muitas amarras foram impostas para esse arranjo na Zona do Euro. Recuperação econômica dos integrantes, austeridade fiscal, limites de endividamento, gastos públicos controlados e, claro, a utilização da moeda única. Os membros dessa união se obrigam a seguir estratégias mercantilistas que permitam acumular ganhos comerciais. Estratégias e regras encabeçadas pela Alemanha e lideranças europeias.
Porem tudo isso, ainda, não garante o sucesso econômico em todos os países, que para obter sucesso precisa de permanente demanda por seus produtos. Isso implica necessariamente que todos sejam superavitários. Afastando-se os pais que gastam além de sua capacidade de geração de riqueza, assim como os que gastam mal seus recursos.
A moeda única pressupõe um banco central único e independente, e não está descartada a necessidade de abrir mão da soberania, da elaboração e adoção de política econômica própria e independente do bloco.
Todo isso acontece no primeiro mundo, num continente com os melhores níveis de educação acadêmica e cívica e marcado pela destruição de duas guerras. A necessidade de paz e o medo de viver novamente esse horror faz com que muitos desses obstáculos e imposições sejam superados ou admitidos. Sem isso, é forte o risco de que alguns países enfrentem uma recessão prolongada ou período de estagnação econômica acentuando as diferenças regionais, pondo em xeque a viabilidade de sua manutenção no Bloco.
Transportando tudo isso para nossa realidade, não vejo condições para a formação de um bloco sul americano como a mesma filosofia do bloco da zona do euro, e muito menos para a implantação de moeda única. Caso essa ideia seja imposta, acho que a obtenção de sucesso com algum tipo de benefício e ou vantagens para o Brasil, no atual momento, é tarefa quase impossível. Com regimes de esquerda, regressistas, a comandar muitos países na América do Sul, com o foro de São Paulo a ditar regras que privilegiam gastos sem previsão de receita, em detrimento da austeridade requerida para que isso possa ter alguma chance de sucesso, com regimes que tratam, apenas, da distribuição de riquezas, sem a menor preocupação com a sua geração, com regimes que praticam o assistencialismo como forma de manter suas populações escravizadas, gerando inflação e pobreza, a única coisa possível de ser implantada é o caos.

Texto – Jorge Barbosa

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

POSTS RELACIONADOS