FILHO, PAI E AVÔ

Uma trilogia maravilhosa e de difícil compreensão.
Felizes os convidados para esse banquete e que podem desfrutar da entrada, do prato principal e da sobremesa.
Tudo começa quando somos apenas filhos, e acho que tudo se passa de forma semelhante, com mais ou menos intensidade.
Não vou fugir do senso comum, e como toda criança, temos a figura paterna na mais alta conta, aos nossos olhos ele é herói, ídolo e exemplo, nosso porto seguro, um verdadeiro sabe tudo e um amor incondicional.
Mas nós crescemos e chega a adolescência e com ela vem também aquela sensação de auto suficiência. Pensamos que o mundo gira em torno de nós e aqueles que pensam diferente estão completamente errados, nós nos bastamos.
Aquela visão do pai herói muda rapidamente, agora ele está ultrapassado e seus conceitos são antiquados e só cabem no “antigamente”. Não compreendem que as coisas mudaram, deveriam aprender conosco, ouvir mais e aconselhar menos.
Mas continuamos a crescer, agora não mais fisicamente, em experiências e aprendizados.
Com os mestres professores aprendemos as ciências acadêmicas e com a vida aprendemos que o mundo é um moinho.
O mundo, que julgávamos girar a nossa volta, agora mostra sua face mais cruel e perigosa, não poupa ninguém.
Mas temos em mãos as ferramentas para lidar com tudo e não seremos triturados pelo moinho. Os conhecimentos adquiridos com nossos professores e com as experiências vividas.
Nossa visão do pai volta a mudar e já pensamos em conversar com ele, pedir conselhos e compreendemos que poderíamos ter sofrido menos se tivéssemos ouvido mais, afinal eles passaram por tudo isso e certamente nos mostrariam como lidar com as dificuldades, isso se tivéssemos permitido.
E continuamos a crescer, formamos família e em seguida chegam os filhos, um presente divino, mas esse empréstimo que Deus nos faz, muda definitivamente nossa visão de mundo.
Compreendemos os repetidos conselhos, as mesmas recomendações que faziam e as excessivas preocupações, agora vejo com clarezas que era apenas amor incondicional, era apenas evitar que caíssemos em arapucas armadas pelo mundo, era apenas nos dar algum preparo para não cavarmos um abismo com nossos pés.
E como não paramos de crescer, eis que chegam os netos, mais outro presente de Deus, mais um empréstimo divino, e da mesma forma que recebemos os filhos, recebemos os netos.
Agora somos devedores a Deus de dois empréstimos divinos, mas com menos tempo para saldar essa maravilhosa dívida, passa diante de nossos olhos, novamente, o filme de nossas vidas.
A vida se renova, e de certa forma voltamos no tempo, voltam também os velhos medos de não vê-los crescer preparados para a vida, e vem a certeza que precisamos ajudar nossos filhos a pavimentar o caminho de seus filhos, agora vemos com clareza que somos pais novamente.

Artigo de Jorge Barbosa – Empresário

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