A RASTEIRA EM MURICY

No ano de 1967, acontecia a escolha do novo governador de Pernambuco, em eleição indireta. O partido do governo Arena iria escolher o nome do seu candidato a governador.
A arena reunia grupos da antiga UDN e do antigo PSD, na escolha o choque entre as duas correntes foi inevitável, do lado da UDN, comandada por Cid e João Cleofas. O nome que foi convidado foi o do ex-comandante do 4º exército Antônio Carlos Muricy do outro lado. O PSD, comandado pelos deputados federais Nilo Coelho Armando e pelo governador Paulo Guerra, que saiu do governo.
A eleição aconteceu em um casarão que ficava atrás da Assembleia que pertencia ao presidente do partido, deputado e Padre Simões. Tudo pronto, o general Muricy voo do Rio para o Recife, na véspera da eleição e se hospedou no Hotel São Domingos, já Nilo, fez seu quartel general no Hotel 4 de Outubro, na frente da hoje Casa da Cultura.
A eleição foi marcada para as 17 horas, os eleitores eram recebidos na porta por Nilo e seu staff. Enquanto o general Muricy ficou no terraço. Tudo transcorria bem até que aconteceu uma falta de luz, Nilo Coelho, solicitou que a eleição fosse realizada no outro dia, mas o general confiante na vitória não concordou. Era tudo que Nilo queria, o colégio eleitoral era composto pelas bancadas federal, estadual, pelos vereadores e membros da executiva. Nilo concentrou seu eleitores no Hotel 4 de outubro. Vereadores de todas as cidades do Sertão, além de membros do partido. Desta forma e a luz de velas tudo transcorreu de forma normal. O General resolveu ir para o hotel esperar o resultado, foi quando Nilo mandou buscar sua tropa de pelo menos 50 eleitores, e não podia dar outro resultado, Nilo ganhou por 20 votos a nomeação do partido. O General tomou um porre e no outro dia foi embora, sem nunca mais voltar a Pernambuco.