BOM DIA EDUARDO HENRIQUE ACCIOLY CAMPOS. (Para Eduardo de Queiroz Monteiro)

Disse a ele, certa vez, que ao modo, jeito e ciência do Paladino do Oeste ele misturava água benta com o Coisa Ruim e dava certo, alquimista que ele era.
Ele gostou, pela alegria com que disse que queria falar comigo, no Ceasa, pós cerimônia. Nos falamos e ele encantou-se para sempre.
O Paladino do Oeste, em seu cartão de visita, informa: “tenho revólver, posso viajar”, e suas balas estão sempre a favor dos justos, dos injustiçados.
Pernambuco era a sua pátria e, ao modo Paladino, suas balas e revólver eram sua postura e dialética a serviço dos nossos maiores e legítimos sonhos.
Quem se habilita à defesa dos mais justos e legítimos interesses regionais e nacionais? Quem põe o guizo no gato?
Eduardo Campos faz falta. Ele era um bom vaqueiro e comandava bichos e gentes com sabedoria ímpar, sabedoria esta construída pelos percalços da vida que o alcançaram e à sua família no sentido mais amplo: de seus pais, tios e avós. Muitos deles conheceram o exílio, que nunca é de ouro, prata ou diamante.
Seu prematuro encantamento coloca na orfandade projetos e amigos que nele acreditavam, e continuam acreditando no legado.
Penso, e o exercício aqui é de futurismo, que a sua contribuição ao Brasil e as nossas confusões sem fim seria real e de sábia maturidade.
A propósito, o Paladino do Oeste continua hospedado no Hotel Carlton de São Francisco, desde 1860.
Aproveitando o tema Oeste, reza uma lenda na região de Pecos que os ricos vão para São Francisco, os bons para o Paraíso e os maus pra Tombstone. E nós, para onde vamos? O tamanho da liderança que perdemos e que apontava caminhos faz uma falta danada.
Salve sempre Eduardo Campos!

Recife, 13 de agosto de 2019.

José Américo Góis

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