SÃO JOÃO, ACENDA A FOGUEIRA DOS NOSSOS CORAÇÕES

A festa de São João teve origem na Idade Média, onde a igreja católica começou a substituir os rituais realizados para deuses pagãos por festas dedicadas aos santos.
No dia 24 de junho era celebrado o solstício de verão no hemisfério norte e a renovação da natureza. Essa data foi assimilada pelos cristãos e passou a representar o Dia de São João, cujas festas eram celebradas no dia anterior.
A festa então ganhou corpo dentro da Igreja Católica, trazida ao Brasil pelos portugueses. Inicialmente elas eram chamadas de “festas joaninas”, porém conforme foi passando o tempo e se difundindo no Brasil, passou a ser chamado de “juninas”.
Quem foi São João? Segundo a bíblia, São João era João Batista, um dos 13 apóstolos de Jesus Cristo e o homem que o batizou. Jesus e João teriam sido parentes, já que suas mães, Maria (mãe de Jesus) e Isabel (de João Batista) seriam primas.
Batista era só seis meses mais velho que Jesus e de acordo com historiadores, ele teria se tornado um profeta que anunciou Cristo como “Cordeiro de Deus”. Ele é conhecido na religião católica como “a voz que grita no deserto” e é testemunha da Luz, que no caso é Jesus.
A tradicional fogueira de São João geralmente é acesa no dia 23 para o dia 24, como o sinal da luz que João Batista pregava na sua história. Além disso, Isabel teria feito uma fogueira para celebrar a gravidez de Maria.
Lembro com muita saudade das festas de são João, dos fogos, das comidas juninas e das brincadeiras em volta da fogueira. Crianças e adultos queimavam os fogos comprados no dia anterior, eram servidas comidas da época, pamonha, canjica, milho assado ou cozido, munguzá e bolos diversos, entre eles o pé de moleque. Adultos dormiam cansados e satisfeitos, crianças dormiam pensando em continuar as brincadeiras no dia seguinte, que, em alguns casos, a fogueira ainda ardia. Os jovens aproveitavam os ensaios das quadrilhas juninas, que eram muito comuns, para aprenderem a dançar, conhecer seus pares e namorar. Por representar um casamento matuto, essa dança já facilitava o início dos namoros entre os pares formados durante os ensaios. Eles só querem, só pensam em namorar.
Nosso são João é uma festa carregada de misturas, comidas herdadas dos indígenas, dos portugueses e africanos que para cá foram trazidos como escravos. A música e vestuários também trazem essas marcas. Em noite de são João tem tanta fogueira, tem tanto balão e o céu fica todo iluminado, fica todo estrelado pintadinho com os balões, tem tanta tristeza quando não se tem quem alegre o coração e ao olhar para cima vemos os balões multicores que no céu vão sumindo, mas quando o amor chega à danada da tristeza vai embora, assim se comemora a festa do interior.
Não se admire se um dia a saudade do são João nordestino te invadir e você pensar, faz tempo que não te vejo, quero matar meu desejo, pule essa fogueira Iaiá, pule Ioiô, mas cuidado para não se queimar, dessa festa você não pode ficar de fora, mas é proibido cochilar.
A mistura das letras de belas musicas juninas, rende boas lembranças, aviva a memória e traz a alegria de novamente poder viver esse período.

Texto – Jorge Barbosa

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