ADUBANDO A MASSARANDUBA DO TEMPO

Norberto Bobbio, sociólogo italiano, escreveu, entre outros, o livro Liberalismo e Democracia. Na obra, o autor diz que liberalismo e democracia são convergentes. Como se caminhassem, ao longo da história, vias que se alimentam entre si. O liberal ama a liberdade como valor. O democrata ama a liberdade na ação.
Joaquim Francisco foi um liberal. E um democrata. Atuou na política, exercitando a liberdade de expressão e de opinião. E foi campeão de votos, exercitando a democracia na dimensão eleitoral.
Conheci três Joaquim Francisco: o rural, o urbano e o rurbano. Joaquim Francisco rural era o anfitrião em seu sítio de Carpina. Onde ele exercia o gosto do campo, a espera do tempo, o tempo da colheita.
Joaquim Francisco urbano era o prefeito do Recife. Onde ele conviveu com o estresse da cidade. Limpou a cidade. E legou aos recifenses o presente ecológico e social do parque da Jaqueira.
Joaquim Francisco rurbano era o personagem mesclado pela experiência de fazeres. De muitas cores e várias benignidades. Que trazia a linguagem de tenor sertanejo e era perfeitamente compreendido pelos urbanitas.
O poeta Paulo Mendes Campos disse que “o Brasil do devagar tão de repente, vendaval de cores, corre a gente”. Joaquim Francisco, com seu passo sereno, foi embora muito de repente.

Texto – Luiz Otavio Cavalcanti

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