MORO, DE JUIZ A CANDIDATO

O ex-juiz Sergio Moro se filia ao Podemos, mas ainda não sabe se vai concorrer ao mais alto cargo da republica, a presidência. Como maior nome da operação lava jato, o ex-juiz deixou a toga e incorporou-se ao ministério técnico do presidente Bolsonaro. A frente da exitosa operação lava jato, patrocinou prisões de figuras proeminentes, no setor privado e no setor político.
Essas prisões possibilitaram delações premiadas com incontáveis denúncias e provas da corrupção institucionalizada pelos desgovernos de esquerda que antecederam o atual governo. A iminência da prisão assustou muitos dos envolvidos, que, além das delações, também devolveram ao erário vultosas quantias, embora pequenas em relação ao saque cometido.
Esteve à frente do ministério da justiça por aproximadamente 15 meses. Nos primeiros meses Moro atuou de forma positiva na segurança pública, transferiu e isolou líderes de facções criminosas e enviou homens da forca nacional para auxiliar estados e municípios, nesse tempo os índices de violência foram menores comparados com os do ano anterior, nesse mesmo período também aumentou a apreensão de drogas. Mas nem tudo foram flores, sua gestão também enfrentou graves crises como a da segurança pública no Ceará e as das penitenciarias de Manaus e de Altamira, entre outras.
Sua atuação como ministro da justiça deixou a desejar. Apresentou ao congresso seu pacote anticrime que não foi bem visto pelos congressistas, Moro não conseguiu o apoio necessário para a aprovação como proposto, assim sofreu alterações, e só depois de desidratado foi aprovado. Além do excludente de ilicitudes, que reduziria a pena de policiais em ações que resultassem em mortes, no estrito exercício da profissão, também foi retirado do pacote a prisão em segunda instância, apenas para citar alguns. Governadores e especialistas contestam a influência da gestão Moro nos índices apresentados na segurança, o entendimento desses atores é de que o ministério era muito mais da segurança do que da justiça e isso alimentou a polemica junção desses ministérios e sua volta a condição anterior.
A relação entre o ministro e o presidente foi marcada por muitas idas e vindas. Ao que parece o ministro não concordava com algumas das bandeiras do presidente e isso foi evidenciado no vídeo da reunião ministerial divulgado posteriormente, talvez para prejudicar a imagem do presidente, mas que teve efeito inverso. Nele foi possível ver a forte cobrança de Bolsonaro ao ministro da justiça que se posiciona-se contra as prisões arbitrárias de cidadãos e trabalhadores algemados por estarem trabalhando ou se exercitando em parques. Lembrando que a prisão já não era permitida nem em segunda instancia, só após transitar em julgado.
Alegando a troca do diretor geral da PF, indicado para o posto pelo agora ex-ministro, embora seja uma atribuição constitucional da presidência da república, Moro deixa o governo, e o faz, comunicando o presidente de sua decisão através da imprensa.
Os críticos do ex-juiz o acusam de fechar os olhos para alguns malfeitos e de proteger amigos, afirmam que anulou todas as sentenças do Banestado, que desviou bilhões e tinha apenas tucanos envolvidos, que sabia de tudo sobre a irmã de Aécio Neves e sequer pediu investigação, que absolveu a mulher de Cabral e de Eduardo Cunha, com fartas provas contra as duas e mais outras tantas críticas.
Fora do ministério e sem o cargo de juiz, Moro é contratado por empresa americana, que atua em recuperação judicial e assessoria jurídica, para trabalhar na área de disputas e investigações. Essa mesma empresa atuava, já nesse tempo, como escritório administrador judicial da Odebrecht, a principal empreiteira investigada na operação lava jato, comandada à época pelo então juiz, Moro.
Moro enfrenta pedido de suspeição no STF, tem suas decisões contestadas é acusado por opositores de ter praticado abusos durante as investigações e nos julgamentos, e em junho desse ano o pleno, por 7 votos em favor da suspeição e 4 votos contra, declara Sergio Moro suspeito para julgar o ex-presidente Lula. Com esse resultado as decisões do juiz Sergio Moro contra o, agora, ex-presidiarío são anuladas.
Como candidato a presidência Moro discursa em sua filiação e diz que o Brasil não precisa de líderes com a voz bonita, fazendo alusão a comentários sobre sua voz, mas que ouçam e atendam a voz do povo brasileiro, fala em medidas que dificultam o trabalho da polícia, dos juízes e procuradores, fala ainda que já passou da hora de acabar com mensalão, petrolão e rachadinhas. Dito assim até parece depender apenas do presidente eleito, mas fazer isso já não parece tão fácil, depende de muitas variáveis, do congresso e as vezes do judiciário, sem falar que o apoio da imprensa pode ajudar.
Me parece que Sergio Moro, com tendência de centro-esquerda não tinha muita afinidade ideológica com o governo Bolsonaro, que foi o escolhido dos brasileiros para implantar as promessas e bandeiras de campanha.
Disputar a eleição presidencial é direito de qualquer cidadão brasileiro que atenda as exigências constitucionais e Sergio Moro reúne essas condições, é legítimo que pleiteei o maior cargo da república federativa do Brasil. Ser um bom candidato é dever de quem se apresenta na disputa, fazer aquilo que o eleitor espera do eleito já é outra questão, isso só é possível conhecer posteriormente.
O atual quadro político aponta para uma disputa eleitoral entre Bolsonaro, lula ou seu representante e a terceira via, cantada em verso e proza, que tem muitos pretendentes, entre eles Sergio Moro. De lula e de seu partido já sabemos o que esperar, mais escândalos e desfalques, do governo Bolsonaro, também sabemos, trabalho, seriedade, compromisso, patriotismo e competência e da terceira via, sabermos depois.
Eu quero um país com ordem e progresso, que tenha um governo que seja patriota, que defenda o Brasil dos ataques e ameaças exteriores, que não se venda e nem venda nossa autonomia nem nossa liberdade, que defenda o verde, o amarelo, o azul e o branco que são nossas cores, que defenda nossos hinos, que tenha o Brasil acima de tudo e Deus acima de todos.

Texto – Jorge Barbosa.

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