INDEPENDÊNCIA OU MORTE, QUANDO SETEMBRO CHEGAR

E setembro chegou, 07 de setembro de 1822, o dia em que o então príncipe regente do Brasil, integrante do reino unido de Portugal, Brasil e Algarves, Don Pedro de Alcantara de Braganca, rebelou-se contra a vontade das cortes portuguesas de repatriá-lo e levar o Brasil ao seu antigo status de colônia. Sua recusa em cumprir tais determinações deu-se as margens do Ipiranga, estava decretada nossa independência da coroa Portuguesa. Nessa data Dom Pedro deu início ao nosso caminho como nação independente, esse fato que ficou conhecido na nossa história como o “Grito do Ipiranga”.
Esse tem sido, ao logo dos anos, um dia destinado as comemorações cívicas, a reverência as liberdades, aos nossos símbolos e a democracia, mas também um dia para os brasileiros insatisfeitos mostrarem os motivos dessa insatisfação. Esse 07 de setembro 2021 não foi diferente.
Milhares desses brasileiros foram as ruas comemorar sua independência, ocorrida a 199 anos, e mostrar o tamanho de sua insatisfação com nossa dependência e submissão a decisões de poder que nem sempre pode, que ultrapassa sua competência e invade a competência de outros poderes, que tumultua a vida e a democracia do país.
Em 15 de novembro de 1889 fazendeiros e cafeicultores descontentes com a abolição da escravatura no ano anterior, e seguidores do positivismo, entre eles muitos militares, elegeram para lidera-los o militar e politico marechal Deodoro da Fonseca. Doente e enganado, derruba o gabinete do visconde de ouro preto e mais tarde, já em casa, é convencido por políticos a assinar a extinção da monarquia, estava proclamada a república.
De forma geral temos tido decisões, por parte de um poder, que vira as costas ao maior de todos os poderes da república, o soberano poder do povo. Pelo tanto de gente nas ruas das capitais, Brasil afora, os brasileiros estão muito insatisfeitos com os caminhos adotados por nossas instituições. Acho que a república precisa ouvir as ruas, entender que os poderes constituídos estão a serviço dos brasileiros, que não são senhores da verdade e que suas ações terão, obrigatoriamente, como principal objetivo o bem estar daqueles a quem servem.
Foram manifestações em favor do presidente e também contra, como dita a democracia. A flagrante superioridade do numero de manifestantes atuando em favor do presidente deixa no chão as narrativas da imprensa militante. Esse é um capitulo a parte.
De um lado, bandeiras verdes e amarelas, o entoar do hino nacional, faixas e cartazes a pedir pela liberdade descrita na CF, por transparência nos pleitos eleitorais, pelo fim das arbitrariedades, além do respeito a pátrias, as famílias e ao patrimônio público e o mantimento da ordem. Também foram vistos uns poucos cartazes e faixas a pedir a saída do Ministro Alexandre de Moraes, figura central de toda celeuma, a destituição dos ministros do STF e pedidos de socorro contra a ameaça de uma ditadura comunista que ronda nosso país.
De outro lado, bandeiras vermelhas, faixas e cartazes a pedir a saída do presidente com acusações que vão do genocídio ao nazismo, passando por desvios, por autoritarismo ditatorial e racismo, sem esquecer da misoginia. Até mesmo fotos do presidente com chifres a representar o demônio. Isso não era tudo. Havia nudez feminina, que curiosamente escondia o rosto atras de uma máscara e a marca registrada das manifestações organizadas pelos partidos de esquerda, a queima da bandeira nacional brasileira. Nesse caso especifico esse crime foi impedido por um integrante da PM de são Paulo. Faixa a defender a revolução e pedir ditadura proletária, e, claro, tudo em nome da democracia. Até tivemos a volta do “fique em casa” e dessa vez acompanhada da denúncia de que ‘tudo que Bolsonaro quer é um ferido”.
Boa parte das notícias que são levadas ao povo estão em total desacordo com a realidade, os veículos de informação desinformam, sem lembrar que as redes sociais mostram em tempo real os acontecimentos como de fato acontecem. Os apartados do erário, carentes dos fáceis recursos, oriundos dos impostos pagos com muita dificuldade pelos geradores de riquezas, os brasileiros trabalhadores, tentam a todo custo a volta da vida fácil e para isso vendem um cenário de guerra onde a beligerância está no lado do presidente. Perderam importância e perdem também a credibilidade.
Segundo Voltaire, “se quiser saber quem controla você, é só observar a quem você não pode criticar”, ainda sobre o tema principal desse sete de setembro, a liberdade, segundo Friederich A. Von Hayek, economista e filósofo austríaco naturalizado britânico, “A liberdade não se perde de uma vez, mas em fatias, como se corta um salame”.

Texto de Jorge Barbosa – Empresário

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